Pode ser uma sensação errônea, mas parece que o mundo nunca esteve tão polarizado. As pessoas vivem em realidades totalmente distintas, ouvindo versões diametralmente opostas das notícias e chegando a conclusões inversas sobre os perigos que nos ameaçam. Ideias opostas estão ficando cada vez mais extremistas. Quem adota um tipo de pensamento está cada vez mais distante de quem pensa o contrário.
Na verdade, a polarização sempre existiu porque nossa mente humana ficou contaminada e limitada pelo “conhecimento do bem e do mal”. Cada um pensa que sabe onde está o bem e onde está o mal. Os assuntos, as posições, as teorias e as práticas ficam quase sempre reduzidos a uma bipolaridade simplista e contenciosa. Para quem não quer entrar na briga, a única opção às vezes parece ser a indiferença ou a alienação.
Não me refiro somente a discussões teóricas ou ideológicas. Somos confrontados o tempo todo por dilemas que parecem não ter solução. Divisões e desentendimentos em famílias e igrejas, brigas e separações em sociedades e alianças comerciais, dilemas morais, conflitos interiores – nessas e em tantas outras situações, não conseguimos ver uma saída viável. Qualquer uma das opções possíveis parece ser igualmente falida.
Quando Jesus andou na Terra, ele enfrentou o nosso dilema humano. Naquela época, havia vários partidos na sociedade e na religião, mas ele nunca se identificou com nenhum deles. Vez após vez, ele foi abordado por pessoas que tentavam trazer a discussão para um embate religioso, enredá-lo para concordar com seu ponto de vista ou fazê-lo cair em contradição. Cada vez, ele surpreendia o interlocutor e a plateia com uma resposta totalmente inesperada por não se enquadrar no mesmo plano de raciocínio ou argumentação. Ele trazia uma perspectiva diferente, vinda de outro plano, de outro nível de percepção.
Todos conhecem a frase atribuída (sem provas) a Albert Einstein: “Nós não podemos resolver um problema com o mesmo estado mental que o criou”.
Não existem soluções nem fórmulas mágicas, mas existe um caminho. Precisamos desesperadamente de uma atitude, de uma perspectiva totalmente diferente daquilo que estamos vendo nos outros e, principalmente, em nós mesmos. Como cristãos, sempre dizemos que Jesus tem a solução, que ele é o caminho, mas nós mesmos temos experimentado muito pouco desse caminho diferente. Na maioria das vezes, ficamos atolados nos mesmos debates e nos mesmos impasses pessoais.
Tem um capítulo muito especial na Bíblia que fala desse caminho. Depois de falar sobre um fenômeno muito comum de competições, facções, preferências e divisões na comunidade cristã de Corinto, o apóstolo Paulo introduz a descrição de um caminho incomparavelmente superior com estas palavras:
“Passo a mostrar-lhes um caminho ainda mais excelente” (1 Co 12.31). Outras traduções o chamam de caminho sobremodo excelente ou caminho muito superior.
Não tenho a presunção de achar que conheço bem o caminho ou que já me encontro plenamente nele. Gostaria apenas de oferecer textos, vídeos e canções que, na minha perspectiva, captaram um vislumbre, por menor que seja, deste caminho sobremodo excelente. Confesso que estou em busca dessa experiência prática, para mim e para os outros, há muitos anos. Ainda que nossa visão e nossa experiência sejam imperfeitas e limitadas, nunca devemos deixar de buscar aquilo que é perfeito.
Meu sincero desejo é que os recursos encontrados aqui possam despertar alguns a embarcar nesta jornada e encorajar aqueles que já estão nela!